“Infidelidade feminina é um grande tabu e reflete a desigualdade entre homens e mulheres na sociedade”, afirma executiva

Silvia Rubies, da plataforma Gleeden, aplicativo número 1 de encontro extraconjugais e relações não monogâmicas, leva em conta pesquisa que aponta que, para 52% dos brasileiros, a infidelidade faz parte da natureza dos homens, enquanto só 2% a consideram da natureza feminina; 92% concordam que as mulheres são mais julgadas quando traem e 99%, que os homens têm mais liberdade sexual

Mesmo com importantes avanços nas últimas décadas, é inegável que a sociedade em que vivemos, de modo geral, ainda é bastante machista. Em diversos campos, os espaços e as condições seguem desiguais entre os gêneros. Engana-se, no entanto, quem pensa que isso ocorre apenas no mercado de trabalho, nas instituições e naquilo que é considerado direito ou dever dentro de uma família.

Essa disparidade também pode ser vista quando o assunto são as necessidades, os prazeres e desejos das mulheres, que continuam sendo enterrados, escondidos e vistos com um grande tabu – e é ainda quando está relacionada diretamente à infidelidade. “Na nossa sociedade, o homem infiel é perdoado e a mulher, condenada”, aponta Silvia Rubies, Diretora de Comunicação e Marketing para a América Latina do Gleeden, plataforma número 1 de encontro extraconjugais e relações não monogâmicas do mundo.

A afirmação da executiva pode ser comprovada pelo resultado de uma pesquisa realizada no Brasil, no fim de 2022, a pedido do Gleeden: 52% dos entrevistados apontaram que a “infidelidade faz parte da natureza dos homens” e só 2%, que “faz parte da natureza da mulher”, enquanto os outros 48% disseram que “faz parte da natureza de ambos os sexos”. “Nessa mesma pesquisa, 92% concordaram que as mulheres são mais julgadas quando traem e 99%, que os homens têm mais liberdade sexual”, acrescenta Silvia.

“A diferente maneira como a infidelidade feminina é encarada é também um reflexo do modo como tantos outros aspectos envolvendo os gêneros são vistos na nossa sociedade. Então, é preciso quebrar o estigma de que apenas homens têm o direito de ser infiéis durante uma relação e de que mulheres que traem merecem menos respeito”.

Os motivos que as levam à infidelidade

Outro levantamento, realizado pelo Gleeden em março deste ano com mulheres brasileiras, apontou que 32% delas buscam a infidelidade para “se sentir sexy e desejada novamente” e 28% por “falta de atenção do parceiro”. Mas por que buscar atenção e carinho fora do relacionamento?

“Isso ocorre, basicamente, porque a maioria das usuárias não os recebe dos parceiros, que estão acomodados com a situação e deixam o tempo passar. Os relacionamentos acabam esfriando, o que gera desconforto e faz com que elas busquem novas aventuras, sem deixar de amar e respeitar quem está diariamente ao lado delas”, explica Silvia Rubies.

Segundo a executiva, cada vez mais mulheres estão em busca de encontros extraconjugais em plataformas como o Gleeden, que, por ser um ambiente seguro, ultrapassou recentemente a marca de 10 milhões de usuários ao redor do mundo (645 mil estão no Brasil). “Ingressar em uma plataforma como a nossa não é uma decisão fácil. Por conta do preconceito, muitas das nossas usuárias ainda têm muito medo de perder a família e de serem vistas como promíscuas pela sociedade. Certamente, essas são preocupações que a maioria dos homens não tem”.

 

 

 

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